Por:digitalpixel
Biorremediação
set 2020
Você sabia que é possível degradar compostos poluentes que contaminam o solo usando seres vivos? O processo que visa a recuperação dessas áreas através da introdução de microorganismos nas mesmas se chama biorremediação do solo e é citado no Globo Ecologia sobre Lixo Urbano. De acordo com a bióloga e mestre em engenharia ambiental Mychelle Sarah, funcionária da BMA Ambiental Ltda, empresa que busca soluções ambientais, o objetivo principal da biorremediação do solo é fazer com que aquela terra volte a ter a condição original.
“A palavra é formada por ‘bio’, que quer dizer ‘vida’, e remediação, que quer dizer ‘conserto’. A biorremediação é uma tecnologia para recuperar, degradar e remediar o contaminante num determinado local através de microorganismos ou enzimas. Uma vez biorremediado, o solo volta a ser inerte, como era antes”, explica Mychelle.
A remediação biológica ou biorremediação é um processo seguro e eficiente, já que microorganismos como bactérias, fungos filamentosos e leveduras são capazes de transformar compostos contaminantes em substâncias com pouca ou nenhuma toxicidade. Produtos dos microorganismos, as enzimas também exercem a mesma função, apenas acelerando o processo.
“Os microorganismos ou enzimas utilizados consomem o contaminante. Para a biorremediação, é mais comum usarmos microorganismos, porque produtos enzimáticos são menos estáveis. Por outro lado, as enzimas são produzidas pelos microorganismos para quebrar a molécula e elas decompõem mais rapidamente. Os óleos e derivados de petróleo, por exemplo, têm muita química, e microorganismos podem não atingir”, diz Mychelle.
O responsável pelo derramamento é quem tem responsabilidade pelo tratamento do solo contaminado. Ele pode escavar até determinado ponto e descartar esse resíduo classe 1, que é perigoso, em aterro industrial. A biorremediação, medida normalmente adotada, é feita no local ou em terra retirada. Os contaminantes podem ser compostos orgânicos como benzeno e xhileno (presentes na gasolina e no diesel), metais pesados, como chumbo e mercúrio, ou qualquer coisa que não seja natural do local.
“Aqui na BMA nós tiramos microorganismos do meio ambiente, cultivamos ele para depois imobilizá-lo num substrato e fazemos a aplicação para biorremediação. Vamos até o local contaminado, pegamos amostra daquele solo, selecionamos o microorganismo que tem capacidade para degradar através da identificação pelo banco de dados, ou seja, a biblioteca genômica. Há vários tipos catalogados em universidades e outros locais. Não podemos usar microorganismos patogênicos, ou seja, que causam doenças no ser humano”, conta.
Mas, segundo a bióloga, quando se trata de biorremediação, não são só os microorganismos que vão determinar o sucesso do processo. “Tem que ser feito ainda controle de umidade, controle de temperatura, do PH do solo para verificar se o microorganismo consegue viver lá. Se a contaminação for em uma região mais fria, por exemplo, o microorganismo pode crescer mais lentamente, mas é possível promover o aquecimento da terra para ter a condição mais favorável”, explica.
Matéria completa em: http://redeglobo.globo.com/globoecologia/noticia/2011/12/biorremediacao-do-solo-visa-recuperacao-de-areas-contaminadas.html